Arqueólogos fazem tomografia na múmia de Tutancamon
Cairo, Egito - Uma equipe de pesquisadores retirou temporariamente a múmia do mais famoso faraó egípcio, Tutancamon, de sua tumba para realizar uma série de tomografias em seus ossos. O objetivo é desvendar os mistérios e histórias que envolvem suas vida e morte - assassinato ou causa natural -, já há mais de três milênios.
Ossos dos dedos dos pés e das mãos e parte da face foram submetidos à análise de uma máquina especialmente equipada para a operação. As mil e setecentas imagens colhidas durante os 15 minutos de exame podem vir a responder alguns mistérios sobre os hábitos do faraó e suas causas mortis. Também podem decifrar suas linhagem real e idade exata - estimada hoje em 17 anos.
Há tantas histórias que envolvem a vida, a idade e a morte (de Tutancamon). Agora, nós vamos desvendá-las, disse Zahi Hawass, chefe da equipe de arqueólogos.
Um teste com raio-X feito há 36 anos mostrou pela primeira vez alguns fragmentos de ossos quebrados de Tutancamon, mas a tecnologia não era suficiente para apontar respostas. O escaneamento feito agora, ao contrário, pode proporcionar muito mais detalhes em imagens tridimensionais dos restos da ossada que estão deslocadas do restante do corpo para reproduzi-las em seus locais originais e montar o quebra-cabeça.
A breve história do faraó Tutancamon fascina as pessoas desde a descoberta de sua tumba, em 1922, onde também se encontrava seu expressivo tesouro. A mais famosa peça dessa coleção, a máscara de ouro que cobria sua face, para muitos, até hoje, carrega uma maldição. A revelação da múmia e seus pertences ajudou a ilustrar como funcionavam as castas da sociedade egípcia há mais de três mil anos.
A múmia, retirada de sua tumba pela primeira vez em 82 anos, será devolvida ao local original tão logo terminem as observações. Os resultados dos estudos devem ser anunciados no final deste mês, na cidade do Cairo, Egito.