Crianças expostas ao fumo vão pior na escola, diz estudo
Crianças expostas ao fumo passivo têm pior desempenho na escola do que os seus demais colegas, apontou um estudo divulgado nesta terça-feira.
Até mesmo a exposição a baixos níveis de fumaça de cigarro estaria ligada aos piores resultados em testes de matemática e leitura submetidos às crianças avaliadas.
"Quanto maior o contato, pior é o desempenho na escola", afirmou a equipe de pesquisadores do Centro de Saúde Ambiental da Criança, nos Estados Unidos.
Os cientistas observaram 4,4 mil crianças durante um período de quatro anos.
Método
Para mensurar a exposição ao fumo passivo, os pesquisadores averiguaram os níveis de cotinina (um dos derivados da nicotina) nas crianças.
A substância pode ser encontrada no sangue, urina, saliva ou cabelo.
As crianças entre seis e 16 anos foram apenas incluídas no levantamento caso apresentassem uma concentração de cotinina igual ou de até 15 ng/ml – nível consistente com o contato com a fumaça de cigarro – e se não tivessem usado qualquer produto derivado de tabaco nos cinco dias anteriores à avaliação.
Os pesquisadores observaram, então, suas habilidades cognitivas e acadêmicas.
Houve, em média, uma queda de um ponto nas notas de leitura para cada unidade a mais de cotinina nos níveis acima de 1 ng/ml.
Ainda foi observado um declínio de cinco pontos para cada unidade a mais de cotinina nos níveis abaixo de 1 ng/ml, sugerindo que até mesmo a exposição a baixos níveis de tabaco podem danificar as funções cerebrais.
No teste de matemática, o fumo passivo estava ligado a uma queda de quase dois pontos nas notas.
"Esses declínios podem não ser clinicamente significantes para uma criança, mas eles têm grandes implicações para a nossa sociedade porque milhares de crianças estão expostas à fumaça de cigarro", disse a diretora da pesquisa, Kimberly Yolton.
Retirado do site BBC Brasil